INTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GETULIO VARGAS

Fundado em 14 de junho de 1995

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A Batalha de Passo Fundo - 27 de junho de 1894

A Batalha de Passo Fundo ocorrida no dia 27 de junho de 1894 a duas léguas do cento da cidade de Passo Fundo, na área rural do 1º distrito do município. Enfrentaram-se tropas republicanas, os “pica-paus”, e tropas federalistas, os “maragatos”.
            A Batalha de Passo Fundo é considerada a maior batalha ocorrida durante a guerra civil de 1893 a 1895, a denominada Revolução Federalista. Não obstante, após seis horas de combate, algumas centenas de mortos e cerca de um milhar de feridos, a Batalha de Passo Fundo cessou sem vencedores, nem vencidos, ao menos dum ponto de vista estritamente militar. Desde um ponto de vista político a Batalha de Passo Fundo marcou a derrota dos federalistas e o encaminhamento da pacificação, assinada um ano após, em 24 de agosto de 1895.   
            As forças legalistas, republicanas, estavam constituídas, basicamente, pela Divisão do Norte, organizada por Pinheiro Machado e comandada pelo General Rodrigues Lima. Ao lado da DN lutaram as duas guardas passo-fundenses, a Municipal e a Republicana, esta conhecida como “Treme Terra”, o pequeno destacamento da Brigada Militar, sediado em Passo Fundo, e um contingente recrutado na zona colonial italiana, comandado por um ex-militar italiano. 
As forças insurgentes, federalistas ou “maragatas”, estavam constituídas pelo Exército Libertador comandado por Gumercindo Saraiva e o Exército Libertador comandado por Prestes Guimarães, formado principalmente pelos “serranos” (recrutados na região de Passo Fundo). Além destes, três grupamentos paranaenses, o Batalhão dos Polacos comandado pelo coronel Anton Bodziak, o Batalhão dos Italianos comandado pelo coronel Leoni Colombo e o 8º Regimento de Curitiba. Também marinheiros revoltosos da equipagem do Cruzador Aquidaban, o Capitão de Fragata Alexandrino de Alencar, comandante, o Cirurgião da Armada, doutor Bicalho Hungria, e alguns tenentes.
Os “maragatos” foram desfavorecidos pelo terreno, antecipadamente escolhido pelo General Lima para surpreende-los e dar-lhes combate. A Cavalaria, principal força tática maragata, pouco pode fazer, banhados protegiam as posições dos “pica-paus”. Ademais os grupamentos cavalarianos federalistas estavam bastante desfalcados e mal montados. Desenhadores, pintores, improvisados atores e contadores de “estórias” costumam representar a Batalha de Passo Fundo como havendo sido em embate de Cavalarias. Nada mais falso, a Batalha de Passo Fundo foi uma sangrenta luta entre infantes aos quais pouca proteção puderam oferecer os cavalarianos.
Ao entardecer do dia 27, uma quarta-feira, os combatentes federalistas recuaram para o Pinheiro Torto, onde pernoitaram. Ao romper da aurora do dia 28 tomaram a estrada do Tope em direção a Soledade. Um contingente ao mando do coronel Verríssimo permaneceu em Passo Fundo. Os republicanos ficaram estacionados na Fazenda de Antônio Mello por mais dois ou três dias. No dia 1º de julho os últimos grupos transitaram pelo povoado do Carasinho, onde o coronel Lolico, com um pequeno destacamento, permaneceu guarnecendo. Os “pica-paus” seguiram pela estrada de Cruz Alta.
Ney Eduardo Possapp d’Avila

Mestre em História   

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