A Batalha de Passo
Fundo ocorrida no dia 27 de junho de 1894 a duas léguas do cento da cidade de
Passo Fundo, na área rural do 1º distrito do município. Enfrentaram-se tropas
republicanas, os “pica-paus”, e tropas federalistas, os “maragatos”.
A Batalha de Passo Fundo é considerada a maior batalha
ocorrida durante a guerra civil de 1893 a 1895, a denominada Revolução
Federalista. Não obstante, após seis horas de combate, algumas centenas de
mortos e cerca de um milhar de feridos, a Batalha de Passo Fundo cessou sem
vencedores, nem vencidos, ao menos dum ponto de vista estritamente militar.
Desde um ponto de vista político a Batalha de Passo Fundo marcou a derrota dos
federalistas e o encaminhamento da pacificação, assinada um ano após, em 24 de
agosto de 1895.
As forças legalistas, republicanas, estavam constituídas,
basicamente, pela Divisão do Norte, organizada por Pinheiro Machado e comandada
pelo General Rodrigues Lima. Ao lado da DN lutaram as duas guardas passo-fundenses,
a Municipal e a Republicana, esta conhecida como “Treme Terra”, o pequeno
destacamento da Brigada Militar, sediado em Passo Fundo, e um contingente
recrutado na zona colonial italiana, comandado por um ex-militar italiano.
As
forças insurgentes, federalistas ou “maragatas”, estavam constituídas pelo
Exército Libertador comandado por Gumercindo Saraiva e o Exército Libertador
comandado por Prestes Guimarães, formado principalmente pelos “serranos”
(recrutados na região de Passo Fundo). Além destes, três grupamentos
paranaenses, o Batalhão dos Polacos comandado pelo coronel Anton Bodziak, o
Batalhão dos Italianos comandado pelo coronel Leoni Colombo e o 8º Regimento de
Curitiba. Também marinheiros revoltosos da equipagem do Cruzador Aquidaban, o
Capitão de Fragata Alexandrino de Alencar, comandante, o Cirurgião da Armada,
doutor Bicalho Hungria, e alguns tenentes.
Os
“maragatos” foram desfavorecidos pelo terreno, antecipadamente escolhido pelo
General Lima para surpreende-los e dar-lhes combate. A Cavalaria, principal
força tática maragata, pouco pode fazer, banhados protegiam as posições dos
“pica-paus”. Ademais os grupamentos cavalarianos federalistas estavam bastante
desfalcados e mal montados. Desenhadores, pintores, improvisados atores e
contadores de “estórias” costumam representar a Batalha de Passo Fundo como
havendo sido em embate de Cavalarias. Nada mais falso, a Batalha de Passo Fundo
foi uma sangrenta luta entre infantes aos quais pouca proteção puderam oferecer
os cavalarianos.
Ao
entardecer do dia 27, uma quarta-feira, os combatentes federalistas recuaram
para o Pinheiro Torto, onde pernoitaram. Ao romper da aurora do dia 28 tomaram
a estrada do Tope em direção a Soledade. Um contingente ao mando do coronel
Verríssimo permaneceu em Passo Fundo. Os republicanos ficaram estacionados na
Fazenda de Antônio Mello por mais dois ou três dias. No dia 1º de julho os
últimos grupos transitaram pelo povoado do Carasinho, onde o coronel Lolico,
com um pequeno destacamento, permaneceu guarnecendo. Os “pica-paus” seguiram
pela estrada de Cruz Alta.
Ney Eduardo
Possapp d’Avila
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